quinta-feira, outubro 02, 2008

Falta Qualificação

Falta Qualificação

Em colunas anteriores eu já havia escrito sobre a crise, por falta de mão de obra qualificada, que vem se instalando nas empresas brasileiras, particularmente nas de “Base Tecnológica”. A falta de Analistas de Sistemas, Engenheiros Eletrônicos, Gerentes de Projeto, etc, devidamente capacitados tem “travado” o crescimento dessas empresas. Para a CNI – Confederação Nacional da Industria, o maior empecilho para o crescimento do Brasil, de uma forma geral, é “a fraca educação e treinamento" da nossa mão de obra. Investimentos que poderiam estar direcionados para outros setores, são colocados para treinamento básico de profissionais ou para trazer técnicos de outros países da América do Sul e Europa. Dados oficiais revelam que só de engenheiros existe uma demanda de 25 mil além do número formado, anualmente, pelas nossas universidades.

Modernização da Engenharia Brasileira

O SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial e o IEL – Instituto Euvaldo Lodi, entidades ligadas a CNI – Confederação Nacional da Industria, estão coordenando um projeto denominado de “Programa Inova Engenharia” que tem como objetivo principal promover uma mobilização em todo o país em prol da modernização e aperfeiçoamento da educação da engenharia nacional. O esforço passa também por ações que visam diminuir a evasão atual dos cursos de engenharia. Segundo dados do MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia, cerca de 320 mil estudantes se matriculam, anualmente, em cursos de engenharias nas universidades brasileiras e apenas 34 mil, um pouco mais de 10%, concluem o curso. Um número alarmante. O pior é que, dos formados, um número grande não está devidamente qualificado para atender, de imediato, as demandas das empresas.

SEBRAE-CE

Uma boa notícia para as empresas incubadas e micro e pequenas empresas nas áreas de bovinocultura leiteira, floricultura e de software instaladas no Ceará. O SEBRAE-CE e a FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos, órgão do MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia, responsável por investimentos em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) vão aplicar, de forma conjunta, recursos da ordem de R$ 2,3 milhões, para desenvolvimento tecnológico e de novos produtos. Com estes recursos, o SEBRAE-CE pretende fortalecer e duplicar o número de incubadoras de empresas, bem como atingir um maior número de empresas de base tecnológica que surgiram no Estado nos últimos 5 anos. Atualmente são atendidas 120 empresas, número que deve dobrar até o final do próximo ano.

BNDES

Outra boa notícia vem do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. O banco está finalizando uma metodologia para inclusão de ativos intangíveis na análise de risco. Esse tipo de análise é um dos pedidos principais, ao longo dos últimos anos, das empresas de software brasileiras. A denominada “industria de software” tem como seus principais e mais importantes ativos, as marcas, os investimentos em PD&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação) e os códigos-fonte dos produtos, todos ativos intangíveis. Com essa iniciativa o BNDES vai abrir uma nova perspectiva para valorização dessas empresas. Essa abordagem é comum nos Estados Unidos e Europa. Tudo indica que o Brasil vai, finalmente, acordar para a realidade da economia digital.